Roraima – Acampamento Base x Hotel Principal

O sexto dia da viagem para subir o Monte Roraima. Neste dia, saímos do acampamento base e chegamos no hotel principal do Monte Roraima.

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Dia 26/09/2022 – Acampamento Base x Hotel Principal

No dia anterior fomos dormir com algumas nuvens no céu perto do paredão do Roraima. Chegamos a pensar que poderia chover.

Acordei de madrugada para fazer xixi e ao sair da barraca vi que o céu estava estrelado. Porém, lá no horizonte, dava pra ver uns flash que na verdade eram trovões. Só que estava muito longes dali de onde a gente estava. Provavelmente as nuvens estavam em cima das cidades. Só sei que o barulho do trovão chegava, (fraco, mas chegava) e o relâmpago também. Os relâmpagos eram as coisas mais lindas. Eram muito ao longe, mas como ali no acampamento base é um lugar muito escuro, dava para ver a claridade dos relâmpagos refletindo no paredão do monte Roraima. Era uma coisa linda de se ver. Gostaria de estar mais bateria na minha câmera para poder registrar isso. Uma pena. Voltei a dormir.

Ao acordar, vi que o Elio tinha restaurado a minha bota, a do Zé e a da Lívia. Fez algumas costuras e com isso as botas ganharam um pouco mais de sobrevida.

O início da caminhada

Tomamos o nosso café e começamos a caminhar. Hoje seria o nosso dia chegar até o topo do Monte Roraima.

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O tempo estava um pouco nublado então nem senti a necessidade de colocar o meu chapéu. Sem falar que, após o acampamento base, a trilha começa a ficar mais encoberta. Começa a passar por debaixo das copas das árvores. Não fica tão exposto ao sol. Pelo menos até chegar no passo das lágrimas.

Um dos primeiros lugares que me chamou a atenção foi uma parte com água, onde tinha um musgo vermelho. Nunca tinha visto algo assim. Continuamos a caminhar e nisso acabei me distanciando do pessoal. Mais uma vez, tinha algumas pessoas bem a minha frente e outra muito lá tras.

Depois de alguns minutos de caminhada, cheguei no ponto onde ficamos bem de frente ao paredão e nele, a minha imaginação mostrava o mapa da américa do sul (ou do Brasil) esculpido na rocha.

Depois de mais uns minutos caminhando sozinho na mata cheguei até a pensar se estaria no caminho certo, já que eu não ouvia ninguém falando nada, nem ao mesmo ao longe. Mas aí pensei: Não tem como eu estar fora do caminho já que não existe bifurcação e a trilha é muito  bem batida. Poderia olhar o gps ali na hora, mas fiquei com preguiça e resolvi confiar nos meus instintos. Se a trilha fosse fechada, eu até olharia. Mas estava bem definida na minha frente.

Ao chegar perto de uma pequena queda d’água (que eu chamei de cachoeira mesmo, hehehe) encontro duas meninas que estavam no meu grupo: a Andréia e Fabiana. Reabasteci meu cantil e fiquei contemplando o paredão que se mostrava cada vez mais imponente na nossa frente.

Primeiro contato com o monte

Bem perto dali da cachoeira, já temos o primeiro contato com o paredão. Foi um momento marcante pra mim. Primeira vez que tocava com as minhas mãos naquele lugar mágico. As meninas se adiantaram enquanto eu curtia aquele momento.

Mais à frente, perto de um mirante, eu as encontrei mais uma vez. Elas duas e o guia Elio. Estavam ali descansando e esperando para ver se o tempo abria para assim contemplar o mirante de verdade.

Vi que não iria abrir, então resolvi seguir andando com meus passinhos de tartaruga. Sabia que eles iriam me ultrapassar mesmo. Dita e feito: poucos minutos depois eles me passaram e nos encontramos mais uma vez no “passo das lágrimas”.

Ali esperamos todo o grupo se reagrupar. Elio foi na frente indicando o caminho e a gente seguindo. O passo das lágrimas é um grande abismo com um monte de pedra solta. É bom ter um certo cuidado ali. Além disto tudo, é o ponto onde tem água escorrendo pelo chão. Tem que pisar nos lugares certos para não ficar escorregadio.

Enquanto subíamos o passo das lágrimas vimos o sapinho preto endêmico. Esse sapinho só tem lá no Monte Roraima. Ele lembra um pouco o sapinho lá do Parque Nacional Itatiaia, o flamenguito, porém esse é só preto.

Só o cume interessa

Mais uns minutos de subida e uma chuvinha fraca começou a cair. chegamos finalmente no topo do monte Roraima!!! Conquista! Com um pouco de chuva, mas chegamos!!!

Ali de cara já da pra ver uma pedra que lembra um tartaruga voando. Depois de celebrar a chegada até ali, comemos a avançar sentido ao abrigo principal. Nisso, a chuva ia diminuindo cada vez mais. Caminhamos bem mais juntos agora, já que a visibilidade ali estava bem pequena. Sem falar que tudo ali é um pouco parecido e se perder não seria algo difícil.

Hotel principal

Chegamos no abrigo principal bem cedo. Por volta de uma da tarde. Como o tempo não estava legal, fomos descansar um pouco. Esperar para ver se abria. Se o tempo estivesse aberto, daria para fazer mais coisas neste mesmo dia como ir no mirante La Ventana e a Jacuzzi. Como dito aqui, os locais de abrigos/acampamentos são no meio de cavernas que são chamadas de Hotéis.

Maverick

Por volta de umas 15 horas, o tempo deu uma trégua. Não chegou a ficar abertão, mas dava para curtir um pouco. Resolvemos ir até o maverick que estava bem na nossa frente.

O Maverick é o ponto mais alto do Monte Roraima, com 2810m, e fica bem de frente ao Hotel Principal. A pedra ganha esse nome pelo seu formato lembrar o do carro maverick. A subida dele é indo pelo capô.

Depois descemos e voltamos até o hotel principal. É bem rápido: em uns 20 minutos você sobe/desce o maverick. Já no acampamento, tomamos um café da tarde e ficamos de bate papo até o anoitecer.

Opções

Para o dia seguinte o guia Elio deu duas opções:

  • Ficar por ali e curtir o mirante La Ventana e a Jacuzzi
  • Andar por oito horas e conhecer as atrações mais internas do tepui.

 Após uma pequena janta, fui dormi. Dormi sem banho este dia. Preguiça, hehe.

O que será que o povo escolheu para fazer no dia seguinte? O que será que eu escolhi?

Acompanhae!



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