Roraima – Atrativos iniciais e a Descida

O oitavo dia da viagem para subir o Monte Roraima. Neste dia, percorremos os atrativos iniciais do Monte Roraima e então começamos a nossa descida.

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Dia 28/09/2022 – Atrativos iniciais e a descida do Monte Roraima

Esse foi um dos dias mais cansativos pra gente, mas devo reconhecer que também foi um dos dias mais marcantes.

Como relatado no dia anterior, o pessoal acordou cedo para ir ver o nascer do sol lá no alto do Maverick. Elio e eu decidimos que iríamos rapidinho lá no mirante La Ventana e na Jacuzzi. Peguei minha mochilinha de ataque e sem nem tomar café da manhã já começamos a andar.

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Já de cara começamos a andar por uma areia rosa. Achei bem diferente aquilo. Ali também tinha alguns cristais. Nada que se comparasse ao Valle dos Cristais, mas tinha um pouquinho também. Uns minutos depois o Elio me chamou a atenção para uma formação rochosa que lembrava uma foca. De longe eu já tinha percebido.

Continuamos a nossa caminhada passando por diversas pedras e poças d’água. Depois de alguns minutos, chegamos no mirante La Ventana (a janela).

Fiquei muito impressionado com este mirante também. Assim como o Abismo, o La Ventana também tinha a vista para o território da Guiana. De um mirante conseguimos ver o outro e vice-versa.

Voltamos a andar meio que margeando a borda do precipício até que chegamos em outra parte do mirante.

Uma pena não ter tempo para esperar o sol sair e tirar fotos um pouco melhores para poder aproveitar aquele lugar ali com mais calma. Seria bem legal. Uma pena. Mas, tínhamos o tempo contado. Então dali, fomos direto para a Jacuzzi.

Ali eu pude constatar o que os guias e relatos falavam: a Jacuzzi é a água mais gelada do Roraima. E é verdade! Muito gelada. Não sei o porquê. Não cheguei a entrar, apenas molhei o rosto/cabeça.

Conhecido o local, era hora de voltar até o Hotel Principal, arrumar as coisas e começar a nossa descida.

Adeus ao topo do Roraima

Assim que cheguei de volta no Hotel Principal o pessoal já tinha praticamente arrumado quase todas as coisas deles. Tomei um café rapidão e fui arrumar as coisas na minha mochila cargueira.

Tudo pronto e verificado para ver se não esqueci nada, era hora de descer o topo do monte Roraima. Enquanto íamos andando, em determinado ponto, perto pedra que parece uma tartaruga voadora, nos encontramos com um grupo que vieram do sul do Brasil. Maioria do Paraná. Ali perto tinha um mirante. Mesmo com o  tempo fechado, resolvi ir até lá.

Infelizmente o tempo não abriu e eu não quis ficar esperando para ver se abria. Fiquei uns minutos ali e parti. Era hora de enfrentar o passo das lágrimas mais uma vez.

Desta vez, o passo das lágrimas além de ser um lugar que requer um certo cuidado, tinha muito mais gente: o nosso grupo e o pessoal do sul. Fomos todos andando com calma e deu tudo certo. Graças a Deus.

Foi uma descida no meio da mata fechada, sem muito visual e até um pouco chato. Nem tirei muita foto e nem filmei muito, já que já tinha registrado boa parte daquele caminho na subida.

Acampamento Base

Depois de caminhar por algumas horas descendo, e já começando a pegar uma chuvinha (fraca mas bem) chatinha, finalmente chegamos no acampamento base.

Ali seria o nosso local de almoço. Enchemos o barrigão, descansamos um tempinho e voltamos a caminhar.

Foi uma descida interminável, mas já não era tão desgastante e cansativa quanto o trecho entre o topo e o acampamento base. Já na parte descampada, a gente olhava para o tepui Kukenan e via uma gigantesca cachoeira descendo por ele. Era tão forte e imponente que de onde a gente estava, dava para ouvir o barulho da água caindo.

Rio Kukenan

Falando no diabo, chegou a hora de enfrentar o rio que recebe o mesmo nome: o rio Kukenan. Ele estava absurdamente muito mais cheio (e revolto) do que quando subimos. Foi BEM TENSO atravessá-lo.

Eu estava cansado e um pouco receoso, mas via que dava para atravessar. Os guias fizeram todo o aparato de passar as meninas primeiro, depois algumas mochilas. Eu, como sou troxa, acabei não dando a minha mochila pra eles. Na verdade, achei que ficar mais pesado ali na hora de atravessar o rio, poderia me ajudar.

Mais uma vez, geral atravessando de meias porque o rio é muito escorregadio.

Quase prejuízo

Chegou a minha hora de atravessar e lá fui eu. Eu quase tomo um Prejuízo absurdo nesta hora. Ingenuamente, coloquei o celular em um bolso da calça e a gopro em outro. Achei que não iria pegar tanta água a ponto de chegar até o meu bolso… Mas peguei.

Me segurando nos guias, com o bastão de caminhada e tudo que pode imaginar… consegui atravessar o rio. Estava puxando muito. Quando cheguei do outro lado que me lembrei do celular! A gopro é a prova d’água, mas o meu celular não! Fui desesperadamente olhar para ver se ainda estava vivo e, pra minha sorte, estava perfeitinho. Dei muita sorte! O que me salvou é que a calça é impermeável e ele não ficou submerso por muito tempo. Eu acho. Só sei que ainda estava funcionando. Ufa!

Mais um rio a frente

Eu não lembrava o caminho direito, mas achava que atravessando o rio, já estaríamos no camping. Mas o camping é só após o segundo rio: o rio Tek. Então, lá fomos nós caminhando com tudo, passando mais uma vez pela igrejinha e finalmente dando de cara com o rio Tek.

Atravessar o rio Tek foi bem mais tranquilo. Não tão tranquilo como nos primeiros dias, mas foi BEM mais tranquilo que o Kukenan. Desta vez, peguei o celular e coloquei na parte de cima da mochila cargueira para evitar qualquer risco de ele molhar mais uma vez.

Assim que cheguei do outro lado do rio, aproveitei que já estava todo molhado e estar muito próximo do nosso local de camping, fui tomar um banho ali mesmo.

Já atravessado o rio Tek e de banho tomado, finalmente estávamos no nosso camping. Ufa! Foi cansativo. Quando chegamos lá, tinha cerveja gelada para a gente poder comprar. Adorei! Lógico que comprei umas cervejas ali. Tinha que comemorar! A cerveja que tomei foi uma tal de “Polar”. É boa. Gostei. Hecho en Venezuela.

Agora era só descansar, tentar colocar as roupas pra secar e curtir o dia. Foi bem cansativo. Descidas sempre me desgastam muito.

O tempo

Uma coisa que aconteceu neste dia, e que foi diferente de todos os outros, é que geralmente o dia amanhecia bem aberto e ia fechando durante a tarde. Neste dia foi justamente o contrário: amanheceu mais fechado e foi abrindo ao entardecer.

Finalizando o dia

Ficamos ali na mesinha conversando e vendo o pessoal ir chegando aos poucos. Cada vez mais o lugar ia ficando mais cheio. Sempre me vinha à cabeça a lembrança de como estava vazio no primeiro dia que chegamos ali em comparação de como estava ficando. Bem diferente. Mas estava um clima legal. Estava ficando cheio, mas todo mundo se respeitando. Sem algazarras. Um clima de festa.

Chegando próximo da hora da janta, chegou um vinho para comemorarmos. Começamos a beber e relaxar cada vez mais.

Neste mesmo dia era o aniversário da Andrea. Os guias ficaram sabendo, não sei como. A gente não esperava, mas do nada aparece um deles, cobre os olhos da Andrea e coloca um bolo de chocolate gigante bem na nossa frente! Cara, que legal isso! Ninguém esperava por isso. Sério. E tipo… De onde saiu esse bolo?

Na verdade, eles fizeram o no fogão a lenha que tem ali no camping. Foi muito legal e o bolo estava delicioso! Comemos bolo com vinho, hehehe. Claro que saímos distribuindo para toda a equipe de guias e para quem quisesse.

A equipe

O Leopoldo veio nos cumprimentar e saber como estávamos. Só elogios. A equipe Roraima Destiny foi muito legal com a gente. Não temos do que reclamar. Só elogios. Ah, neste mesmo dia, o Leopoldo, que também é o cacique dali, estava se casando com mais uma esposa. Hehehe. Foi maneiro. Era clima de festa.

 Após comermos bastante e darmos muita risada, cada uma da equipe falou um pouco sobre como foi o nosso grupo e fizeram elogios. Uma coisa que lembro bem é eles brincando que todo grupo tem um que anda muito rápido, um que fala muito, o mais lento… um fotógrafo. Ai na parte do fotógrafo aprontaram pra mim, hahaha. Depois passaram a palavra para cada um de nós do grupo e cada um fez um belo depoimento de como foi aquela aventura, graças a equipe. Teve até gente chorando. Foi legal e bem marcante.

Um outro fato marcante também

Uma outra coisa que nos impressionou bastante também, foi que enquanto estávamos ali descansando, comendo e nos divertindo na mesa, a noite foi caindo. Com isso, a gente ficou impressionado é que as pessoas continuavam a chegar no nosso camping já a noite. Só vendo as luzinhas das lanternas de cabeça deles chegando. Maioria eram guias, mas mesmo assim é doidera. Atravessar aqueles rios a noite deve ser tenso.

Dever ficado mais de 20 pessoas ali no camping, mas foi bem legal. A noite estava superestrelada. Lindo. Não tinha forma melhor de se despedir da nossa última noite nos pés deste gigante e imponente Monte Roraima.

Era hora de descansar para o nosso último dia por ali no Roraima: o caminho final.

Acompanhae!



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