Roraima – Conhecendo o tepui Roraima

O sétimo dia da viagem para subir o Monte Roraima. Neste dia, percorremos o topo do tepui Roraima conhecendo suas principais atrações.

Se quiser ver o índice desta aventura, só clicar aqui.


Dia 27/09/2022 – Acampamento Base x Hotel Principal

No dia anterior, o guia Elio nos deu duas opções:

  • Ficar por ali perto do hotel principal, descansar e curtir a Jacuzzi e o mirante La Ventana. Ou,
  • Andar por oito horas e conhecer as atrações que têm mais adentro do tepui Roraima.

Eu fui o único que escolheu andar por oito horas. O resto do pessoal preferiu ficar por ali curtindo as atrações que tinham por perto.

A caminhada pelo tepui roraima

Depois de tomar o meu café da manhã, peguei minha mochilinha de ataque, me despedi do pessoal e fomos o Elio e eu pelo tepui adentro.

Powered by Wikiloc

O dia estava absurdamente lindo. Primeiro, abasteci minha garrafinha de água.

Confesso que estava amando cada passo que dávamos. O legal de ter feito essa escolha foi que, além de conhecer as atrações mais adentro (que era o que eu mais queria conhecer nesta viagem), ganhei um tour privado com o Elio. Hehehe.

Camelo

Uma das primeiras coisas que ele chamou a minha atenção foi uma formação rochosa que lembrava muito um Camelo.

Achei magnífico aquilo. Realmente eu consegui ver um camelo direitinho ali. A imaginação é foda!

Conforme a gente ia caminhando, eu consegui perceber a sutilizada do caminho. Se você ficar atento ao chão, consegue perceber que o caminho, a trilha, ela é mais esbranquiçada na rocha. Talvez por tanto caminharem no mesmo local, juntando todos os desgastes e sedimentos, a trilha na rocha foi ficando um tanto quanto branca. Não é muito perceptível, mas se estiver atento você consegue ver essa sutiliza. É o caminho oficial/tradicional.

Catedral

Depois de mais alguns minutos de caminhada, chegamos em um local chamado de Catedral. Nós vimos um beija-flor por ali. Confesso que não estava acreditando naquilo. Um beija-flor em um lugar tão alto e tão vazio. Uma pena que não consegui registrar.

Eu estava admirado com tudo. Para qualquer lugar que eu olhasse eu ficava encantado. Muitas formações rochosas diferentes em todos os lugares. A catedral é um lugar especial. Eu não sei nem explicar, mas a sensação ali é … é… sei la… foda! É muito legal. Talvez no vídeo do youtube você consiga ter uma pequena sensação do que eu senti. Para sentir de verdade, tem que ir pra lá. Não vai se arrepender.

Jabuti

Mais uns minutos de caminhada e chamos em um ponto onde o Elio estava me mostrando a formação rochosa, bem ao longe, dos Dois Lobos se beijando. Muito maneiro. E bem ao nossos pés, estava o Jabiti.

Eu tinha visto uma pedra perto do Hotel Principal que me lembrava uma tartaruga, mas essa parecia bem mais. A foto que tirei não ajuda muito. Reconheço.

Anfiteatro

Chegamos numa parte muito bonita também. Confesso que não sei o nome e não cheguei a perguntar ao Elio, mas creio que se chame Anfiteatro. Ali rende ótimas fotos. Pode até entrar ali dentro.

Abismo

Passado o anfiteatro, e de subir e descer algumas pedras, chegamos num local que parecia um rio. Todos os “rios” dali são compostos por águas de chuva, na verdade. É bem geladinho e fiquei surpreso ao ver a quantidade de água ali em forma corrente. Um verdadeiro riozinho.

Reabasteci a água e andamos até um dos mirantes mais incríveis que já vi: o Abismo.

O mirante tem vista para algumas cochoeiras que caem pelo tepui roraima e kukenan. Todo o terreno visto no horizontes faz parte à Guina (inglesa).

Depois de muitas fotos no Abismo, continuamos a andar até chegar no ponto onde a trilha se divide. Uma bifurcação. Elio me falou que iríamos pela direta e voltaríamos pela esquerda. E assim foi. Pegando o caminho da direita, passamos por uma pequena gruta e então chegamos em um dos lugares mais incríveis do tepui: a Plaza Roraima.

Praça Roraima

Ali você tem a verdadeira noção de estar por uma grande mesa, um grande tepui. É uma sensação incrível. As formações rochosas ali… sem palavras. Um horizonte que parece que não vai ter fim, do próprio monte.

Ainda na praça roraima, em um determinado ponto, você consegue ver uns cristais que têm o formato de um pênis. Hahaha. É sério! O Elio que chamou a minha atenção. E realmente parece. Tem vários no chão. No vídeo você consegue ver melhor.

O banho

Conforme a gente foi avançando, chegamos num ponto que eu também fiquei de boca aberta. Eu tinha ficado impressionado com um pequeno rio, logo no início da caminhada. Neste aqui, Tinha um lago extremamente gigante, cheio de algas e no meio  de um vale. Cheio de vida. Não sei nem explicar direito

Fomos avançando margeando esse grande lago/rio e já quase no final dele, têm umas quedas de água e fazem a “correnteza” do rio/lago. Ali, Elio viu que a gente estava em um ritmo muito bom então resolveu tomar um banho. Eu achei estranho na hora, porque realmente não esperava por aquilo. Sem falar que a água ali deveria estar super gelada. Mas ele resolveu tomar um banho mesmo assim, rápido e com um sabonete biodegradável.

Eu, enquanto esperava ele tomar banho fui filmar um pouco o local com a gopro. Quando ele estava praticamente se secando, mudei de ideia e resolvi tomar banho também, haha. Peguei o sabonete/shampoo emprestado do Elio e fui pra água. Cara… foi a melhor coisa que eu fiz.

Eu não sei te explicar, mas eu tive uma sensação divina ali. Cara, eu não esperava aquilo. Era uma lugar único na minha vida. Eu nunca tinha visto nada parecido com aquilo. Nunca tinha tomado um banho em um lugar tão singular como aquele. Eu me senti … não sei explicar. Feliz… Realizado. Não sei. Foi incrível! E te confessar: a sensação que eu tive ali, foi o melhor de toda a viagem. Não sei explicar. Só senti. Um simples banho.

Talvez eu tenha lavado não só o corpo ali, mas também a alma.

Vale dos cristais

Assim que me sequei e coloquei a roupa, o Elio apareceu e falou que não havia tomado banho no dia anterior. Eu também não, hahaha. Começamos a caminhar mais uma vez e, segundos depois, já estávamos de cara para o vale dos cristais.

Existem diversos cristais. Maioria deles são bem branquinhos; mas tem um vermelho, que cheguei ver mas em pouquíssimas quantidades; e um azul que é bem raro. Elio falou que quando o território ainda não era um Parque Nacional (Canaima) e não existia um controle rígido, muita gente foi até lá e levou a maioria dos cristais gigantes e dos cristais azuis. Realmente uma pena isso.

Esses cristais são realmente lindos e da vontade de pegar um e levar pra casa como recordação. Mas pensa comigo: Se todos que vão ali fizerem isso, em poucos meses não haverá mais cristais algum! Então, se você for pra lá, e eu espero que vá, NÃO ROUBE OS CRISTAIS. Eles não são seus. São da Pachamama. Tire fotos, filme … Mas não leve os cristais contigo. Vamos preservar o que é nosso. Não se esqueça que existe uma grande revista quando for descer o monte Roraima. Se te encontrarem com um, vai passar perrengue. Não seja um idiota escroto.

Tríplice Fronteira

Assim que saímos do Vale dos Cristais, já estávamos de cara com o marco da fronteira entre os países da Venezuela, Guiana e Brasil.

Pelas fotos e vídeo, da pra perceber que a parte que fica a Guiana (inglesa) não existe nenhuma placa ou identificação. Isso se da, graças a uma disputa entre a Venezuela e a Guiana: a Venezuela reivindica parte do território que está com a Guiana. Então, para eles, ali só existe uma fronteira entra Brasil e Venezuela. Acho justo. Mas, acabou que virou um ponto turístico e eles saberam aproveitar muito bem. E tem que aproveitar mesmo!

Fizemos uma pequena parada para comer um biscoitinho e umas paçocas que levei. Elio me ensinou a falar a palavra “amendoim” em espanhol (maní). Depois deste pequeno lanche, começaria o nosso retorno. Mas antes, ainda tinha El Fosso para conhecer.

El Fosso

Caminhamos mais um pouco e chegamos no lugar chamado El Fosso. É um grande buraco no chão, com uma espécie de cachoeira. É bem bonito o lugar.

Existe a opção de dar a volta por ali e descer até lá embaixo. Mas, não quis ir não. Estava feliz ali. Neste local também foi o nosso local de almoço. Enquanto comíamos, comecei a perceber as nuvens estavam se aproximando, e o tempo começando a mudar.

A volta

De barrigão cheio, pegamos nossas coisas e começamos a caminhar de volta até o Hotel Principal. Assim que se sai do El Fosso, você já fica de cara com uma formação rochosa que lembra um gorila tomando sorvete. Como fica ao longe, no horizonte, senti falta de estar com a minha câmera e com a lente teleobjetiva para poder tirar uma fotinha.

Depois de algumas horas caminhando, quando já estávamos muito próximo do hotel principal, começou a chuviscar. Mas bem fraco. Nem foi preciso colocar capa de chuva. Nesta hora, encontramos o restante do pessoal indo em nossa direção. Eles estavam indo para uma gruta que tem por ali por perto.

Depois que passamos por eles, falei com o Elio da possibilidade de a gente dar um pulinho muito rápido lá no mirante La Ventana e na Jacuzzi. Ir lá só pra tirar uma foto e voltar. Ele concordou na hora! Acho que ele viu que a gente estava com um ritmo muito bom, então ele concordou. Adorei! Iria conhecer todos os atrativos que queria.

Hotel Principal

Chegamos de volta ao Hotel Principal bem cedo: por volta das 15h. Elio chegou a comentar que uma vez fez esse mesmo trajeto com alguns Venezuelanos que não estavam acostumados com montanha, e só chegaram por volta das 19h. Nós chegamos cedo e olha que nem corremos. Creio que é porque duas pessoas vão realmente muito mais rápido do que com um grupo grande. Além disso, não fico tirando muitas fotos, então acho que isso ajuda também.

Ao chegar no hotel cumprimentei o pessoal que estava por ali. Nem todos foram para a gruta. Uma hora depois, o restante do pessoal chegou. Já todos unidos, ficamos de papo até o resto do dia. Agradeci aos céu (e ao Elio) por minha bota ter aguentado até ali, hehe.

Agora era hora descansar já que no dia seguinte, o povo iria ver o nascer do sol lá no alto do Maverick, enquanto Elio e eu iríamos dar um pulinho rápido na Jacuzzi e no mirante La Ventana. Após estes, começar a nossa descida do tepui Roraima.

Acompanhae!



Índice da aventura:

Comentários