Roraima – Boa Vista x Paraitepuy

O quarto dia da viagem para subir o Monte Roraima. Neste dia, saímos de Boa vista e chegamos em Paraitepuy na Venezuela.

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Dia 24/09/2022 – Boa Vista (BR) x Paraitepuy (VE)

Depois de conhecer bem a cidade de Boa Vista finalmente chegou o nosso dia de ir até o Monte Roraima!

Acordamos as 3 da manhã e fomos para o nosso ponto de encontro: aeroporto de Boa Vista. Pedimos um Uber que deu por volta de 50 reais que foram divididos por Andrea e eu. Lá no aeroporto nos encontramos com a Sueli e com a Flavia. Diego, Zé Ricardo e Lívia chegaram um pouco depois: estavam num barzinho ali perto, bebendo e cantando no karaokê.

Enquanto eles não chegavam fui ali na balança de malas do aeroporto e pesei a minha mochila com tudo pronto para o trekking. Estava dando 12,3 Kg. O povo chegou e todos já reunidos, entramos numa van até a cidade de Pacaraima. Nossas mochilas foram amarradas no teto da van. Seriam 3 horas de estrada até lá.

O carro era um pouco pequeno. Não era minúsculo, mas não era confortável, sabe? O motorista chegou a dar ideia de, quando parar no ponto do café da manhã, esperar o outro carro da cooperativa que era um pouco maior. Só que aí a gente perderia mais tempo e mais tempo sem fazer absolutamente nada. Resolvemos ir direto pra Paracaima.

Vimos o nascer do sol na estrada, até que depois de um tempo de estrada chegamos no “quarto do bode” onde fomos parar para tomar o nosso café da manhã. Eles aceitam cartão e ainda tem sinal de telefone da vivo. De volta pra estrada, ali sim ela começou a ficar bem ruim! A estrada até que é asfaltada em sua maioria, mas têm uns buracos que destroem qualquer carro. Tem partes em estrada de chão também, mas não são muitas. O pior é a parte asfaltada cheia de buracos que chega a irritar. Tem que ir com muita atenção.

Fronteira

Chegando em Pacaraima, passamos pela fronteira do Brasil tranquilamente. Apenas uma pequena conversa com o motorista, mostrar documentos e passamos. Assim que entramos no território neutro entre o Brasil e Venezuela, deu pra ver a fila de Venezuelanos se aglomerando na fronteira para tentar sair do país. Foi um tanto triste ver aquilo. E os que conseguem sair, vão andando esse caminho de 3 horas que fizemos de carro até a cidade de Boa Vista. Bizarro.

Chegando na fronteira com a Venezuela, o Leopoldo da Roraima Destiny nos recepcionou. Fomos até a imigração, mas nem foi preciso mostrar nada. Só o passaporte ou o documento de identidade e só isso. Não olharam certificado internacional de vacina contra a febre amarela e nem a de vacinação contra o covid 19. Nem o carimbo no passaporte a gente ganhou. Só dão o carimbo pra pessoas que vão mais para dentro na Venezuela. Pelo que vi, o que mais importava era o documento que o Leopoldo tinha nas mãos com a relação dos integrantes/turistas e suas respectivas informações.

Com tudo certo na imigração, tiramos as mochilas de cima da van e colocamos em cima dos carros 4×4 da agência Roraima Destiny. Pegamos estrada, mas desta vez já em território venezuelano, sentido a cidade de Santa Helena de Uairén.

Ps: As estradas asfaltadas da Venezuela são melhores que as asfaltadas do Brasil.

Chegando no centro da cidade de Santa Helena de Uairén, nos foi apresentado toda a equipe que iria com a gente. Ali conhecemos quem seria o nosso verdadeiro guia de fato: Elio. Não só o Elio como seus dois filhos, além de Jesus e a sua esposa. Quem tem Jesus no grupo, está com Deus. Hehehe.

Nos foi passado algumas informações enquanto parte da equipe estava comprando o resto dos suprimentos para a nossa expedição.

Um fato engraçado

Um fato engraçado aconteceu enquanto estávamos ali no centro de Santa Helena de Uairén esperando toda a equipe ficar pronta:

Duas meninas do nosso grupo estavam querendo ir ao banheiro. Elas começaram a rodar por ali caçando um. Muitos armazéns mas nenhum deles ofereciam um banheiro. Era apenas para funcionários. Depois de andar um pouquinho, acharam uma pousada. Perguntaram para a recepcionista se tinham BANHEIRO. As atendentes sem compreender muito bem o que elas estavam pedindo, entenderam a palavra BANHEIRO com HIELO (gelo em espanhol). Como as minhas duas amigas queriam ir no banheiro e pagaram o valor cobrado. No final receberam dois sacões de gelo, hahaha. Como eu estava perto fui ajudar. Falei que elas estavam procurando por un BAÑO (banheiro em espanhol) e não HIELO. Um pequeno mal-entendido, hehehe. A atendente pegou o gelo de volta, devolveu o dinheiro e deixaram as meninas usarem o baño. Rs.

Aldeia indígena

Tudo pronto, entramos nos carros 4×4 e, ao som de muita (música de) sofrência venezuelana, saímos da estrada asfaltada e entramos em uma estradinha de chão. Muito ruim por sinal. Só carros 4×4 mesmo. Depois de alguns minutos nesta estrada e já contemplando o Monte Roraima no nosso horizonte, chegamos na aldeia indígena Paraitepuy. Até que foi rápido porque o motorista do 4×4 não parecia estar com pena do carro não, haha. Chegamos a brincar entre a gente falando: Deixa pra chorar na hora da revisão.

Assim que pisamos na aldeia indígena de Paraitepuy, fomos recebidos mais uma vez pelo Leopoldo (que também é o cacique da aldeia e) que nos passou mais algumas orientações sobre o lugar. Dali, entramos numa tenda onde fizemos um lanche bem reforçado, assinamos o livro de presença e então foram revistar todas as nossas mochilas. Enquanto estávamos ali na tenda, esperando todos serem revistados, vários venezuelanos ficam ali olhando na esperança de serem contratados como carregadores extras.

Começo da caminhada

Tudo acertado, era hora de começar a caminhar. Assim que saímos da tenda começou a chuviscar! Hahaha. Mas graças a Deus foi muito fraca. Cheguei a botar a capa de chuva que meu amigo Gustavo (lá da travessia Serra Negra) me emprestou, mas nem foi necessário: a garoa acabou rápido e mal deu pra refrescar. Começamos a nossa caminhada de aproximadamente 14 quilômetros e o nosso objetivo de hoje seria ir até o acampamento “Rio Tek”.

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Boa parte do caminho é plano. Tem uma subida inicial bem cansativa. Principalmente porque é quando seu corpo ainda está se acostumando com a atividade, então cansa um pouco. Essa parte é chamada de “a prova”. Passado a prova, o caminho fica mais plano e mais tranquilo. Só é longo. Se o tempo estiver bem aberto, renderá ótimas fotos.

várias pontes e riachos no caminho

Depois de um caminho bem plano (e até descendo), tem uma pequena subida. No alto dela está um dos mirantes clássicos do Monte Roraima. É nessa parte onde se tiram uma das melhores fotos do tepui Roraima e do Kukenan. Neste dia o tempo não estava muito bom. Só que sabia que passaria por ali mais uma vez, na volta. No último dia. Torcendo para que neste dia o tempo estivesse ótimo (e esteve).

O tempo não estava perfeito pra fotos, mas eu estava feliz demais!

Depois de passar por muitos riachos, plaquinhas, mirantes, … e quando já estávamos próximos do acampamento Rio Tek, ai começou a cair uma chuva um pouco mais forte (na verdade, foi a única chuva de verdade que pegamos durante toda a viagem). Quando chegamos no acampamento em si, ela já tinha cessado, mas estávamos molhados.

Fui direto tomar banho. Sabia que, quando é acampamento selvagem, quanto mais tarde deixar para tomar banho, pior fica. Vai aumentando o frio e o cansaço, e diminuindo a coragem.

Quando cheguei no rio, só tinha eu ali. A água estava uma DELICIA! Muito boa. Não dava vontade de sair. Tomei banho peladão. Quando já estava me secando, chegou o Zé Renato e foi tomar banho também. Quando me sequei, foi ali que eu vi a importância de usar o repelente Exposis.

Os mosquitos

Os mosquitos de lá são sinistros! Eles não picam, MORDEM! Hahaha. Sério, sai sangue. E dói! Eu passei esse repelente e fiquei super tranquilo por lá. O restante do pessoal que usou repelente normal, acabou sofrendo um pouquinho.

Mas não se preocupe! Só tem esses mosquitos no acampamento Rio Tek (final do primeiro dia) e no acampamento Base (no final do segundo dia). Isso porque esses acampamentos são pertos de rios. Ai não tem jeito: tem mosquito. O restante da viagem é tranquilo. Lá em cima do monte, se tiver, é muito pouco.

Finalizando o dia

De banho tomado, nos foi fornecido um chá com biscoitos. Depois deste lanche, fui deitar uns minutinhos na barraca. Minutos depois nos chamaram para nos reunimos para la cena, a janta.

De barrigão cheio e já curtido bastante este dia, era a hora de descansar. Deixamos todas as roupas molhadas penduradas nas mesas que têm por ali, em uma tentativa de fazer elas secarem. Dia seguinte seria a nossa caminhada até o acampamento base, atravessando dois rios. Vai ser interessante.

Acompanhae!



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