Volta na Ilha Grande – Araçatiba x Bananal

Nosso sexto dia de caminhada na travessia da volta na Ilha Grande, saindo do povoado de Araçatiba e indo até a Praia de Bananal.

Se quiser ver o índice desta aventura, só clicar aqui.


Dia 7 – 19/12/2020 – Araçatiba x Bananal

Hoje seria um dia com duas opções: dormir em Matariz e descansar mais, ou dormir em Bananal e deixar o dia seguinte menos cansativo. O planejado era ir até Bananal e assim o fizemos.

Acordamos na hospedaria Araçatiba e fomos tomar café. Ali na cozinha vi um imã de geladeira que curti muito. Fiquei com ele em mente. Assim que chegasse em Abrão, iria tentar achar um igual. Graças a Deus achei eu no último dia desse trekking. Senão ia ficar me remoendo por não ter conseguido comprar aquele imã, hehe.

Tomamos nosso café, e ao arrumar as coisas vi que não estava achando o pacotinho onde fica guardado os specs da barraca. Provavelmente deixamos cair ou ficou lá no conturbado camping onde iríamos ficar no dia anterior. Fiquei um pouco bolado, porque eu dificilmente deixo alguma coisa pra trás.

Pagamos, nos despedimos da hospedaria e fomos andando sentido à trilha. Nisso, iríamos passar mais uma vez pelo conturbado camping. Fui olhando atentamente o caminho para ver se achava a bolsinha com os “specs”. Chegamos de volta ao camping, entrei para ver se estava ele por ali. Achei! Peguei e fui embora. Dei sorte.

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Logo de início, olhando o tracklog acima, assim que sai da hospedaria, começa a andar reto e tem uma pequena onda entre a “hospedaria Araçatiba” e a marcação “entrada da trilha”. Ali é eu indo até o camping e pegando a minha bolsinha com os spec no chão, haha.

Começamos a andar e logo chegamos na bifurcação que da na praia da cachoeira. Fui ali rapidinho, tirei uma foto e voltei. Estava bonito, mas tinha muita coisa para andar e curtir ainda nesse dia.

Andando um pouco mais a frente se chega na bifurcação para quem quer ir até a lagoa verde. Eu, claro que queria ir lá. Pegamos a esquerda sentido a Lagoa Verde.

Depois de andar uns poucos minutos chegamos na lagoa verde. Lugar muito bonito e com vários peixinhos amarelos. Deu vontade de ter uma gopro ali para poder filmar debaixo d’água e registrar os peixinhos. Usamos bem a nossa máscara de mergulho.

Ficamos um bom tempo curtindo ali. A gente ainda tinha um bom caminho a percorrer. Neste dia, o programado era andar aproximadamente 16 km. Então, curtido bastante o local, era hora de partir. Voltamos para a trilha que ia ficando cada vez mais aberta e mais acessível conforme a gente avançava. Chegamos na Praia Longa.

Paramos num banquinho que tem por ali para descansar e eu fiz um pequeno lanche. Tinha um casal de moradores locais ali que falaram que iam almoçar e ir numa ducha. Depois de descansar poucos minutos andamos até o final daquela praia e encontramos o casal mais uma vez. Ali tem um quiosque que tem uma pequena ducha e da até para almoçar. Compramos apenas um sorvete e continuamos a caminhada tomando o sorvetinho.

Ali começamos a maior subida deste dia. Caminho é tranquilo em relação a orientação. Não tem bifurcação e não tem como se perder. Mas… é uma subidinha chatinha. Alguns postes levando energia elétrica para os moradores, durante esta trilha. Continuamos até que chegamos na praia de Ubatuba.

Praia muito bonita. Várias lanchas ali. Graças a Deus só tinha um casal na areia e a gente. O casal era um coroa e uma novinha tomando um Chandon. Tadinhos deviam estar pobres, hehe. $$$$!

A gente fez um pequeno lanche e ficamos na praia relaxando um pouco. Curtido o local.

Voltamos à caminhada e passamos pela praia de Tapera e depois na praia de Manguaraquissaba. Ali, a trilha começa a ficar bem mais urbana mesmo: com calçada em alguns pontos.

Chegando em Passaterra fizemos uma pequena pausa: iria começar a maior subida do dia. E depois dessa subida, ainda tinha mais uma pela frente após a praia de Matariz. Então, descansamos um pouquinho. Lais tinha lido um relato em algum lugar que um turista tinha se perdido por esta trilha. Eita!

Subindo a trilha, não é beirando o mar

Momento tenso:

Começamos a subir e meu celular deu pau. Ferrou. Reiniciei e vi que o GPS do celular não estava mais nos achando porque estávamos debaixo de muitas árvores e o sinal fica fraco não achava a gente. Talvez por ele ter caído na água lá em Parnaioca? Não sei. Naquela hora senti falta de ter um GPS de verdade. Enfim… A gente tinha duas opções: continuar em frente e ir as cegas; ou, eu voltar um pouquinho até a praia onde a gente parou para descansar, e ali o GPS nos acharia porque é aberto e ai sim voltarmos para a caminhada. Resolvi deixar Lais ali, junto com a minha mochila cargueira e meu canivete. Voltei correndo até a praia, fiz o GPS enxergar a gente e ai voltei correndo para onde Laís estava. Graças a Deus nada tinha acontecido. Eu corri como nunca! Hahaha. Deixar ela ali sozinha, só com um canivete escondido me deixou extremamente preocupado. Se algo acontecesse a ela eu nunca me perdoaria. Nisso tudo não durou nem 15 minutos, mas foi uma eternidade pra mim. Já de volta à Lais e com o GPS do celular nos enxergando, continuamos a travessia.

Não existe muitas bifurcações. E caso a gente fosse às cegas, é só acompanhar os fios de energia elétrica que eles vão te levar até o outro lado da praia, já em Matariz.

Depois de alguns minutos na mata, chegamos nas costas de uma velha fábrica abandonada em Matariz. Já estava começando a ficar um pouco escuro.

Cansaço bateu um pouco e sentamos um para descansar uns minutinhos. Ali Lais chegou a chorar um pouco pela discussão que tivemos no dia anterior, pelo cansaço acumulado e por estar começando a anoitecer e ainda tinha uma outra pequena montanha pra subir. Conversamos se iríamos dormir por ali em Matariz mesmo, ou se iríamos avançar até Bananal. Por mim, tanto faz. Depois dela se acalmar e estar mais feliz, resolvemos que iríamos avançar até Bananal. Fizemos isso para poder andar menos no dia seguinte também.

Colocamos nossas lanternas de cabeça e começamos a subir a última montanha do dia. Andando e ouvindo os milhões de sapos começando a cantar conforme a noite ia avançando.

Depois de alguns minutos começamos a descer e ver as luzes do povoado em Bananal. Felicidade ao chegar! Conforme andávamos por Bananal, íamos vendo várias pousadas. Como a gente estava cansado, resolvemos que poderíamos gastar mais um pouquinho mais e ter uma boa noite de sono. Procuramos em algumas pousadas mas estava tudo lotado. Realmente, o lugar parecia cheio.

Passamos ao lado de um barzinho e perguntei se eles conheciam alguém que alugasse uma suíte, um quarto…. Qualquer coisa para a gente pudesse dormir sem ter que ficar em um camping. Ali estava o Juca (bala). Ele tinha uma casinha ao lado da dele, que ele disponibilizava para aluguel. Ele também alugava um espaço no terreno para quem quiser fazer camping. Resolvemos ficamos na casa que ele disponibilizou.

Entramos no quarto e uns minutos depois começaram a aparecer o que estragaria a noite: baratas! Laís que já estava com o psicológico abalado pelo cansaço, ficar num lugar onde tem um monte baratas, ela não ia sossegar de jeito nenhum! Eu, claro, não ia deixar ela ali. Mais uma noite lá vai eu caçar algum lugar pra gente dormir. Enquanto ela ia arrumando nossas mochilas eu ia caçar algum outro lugar.

Rodei Bananal inteiro! Falei com um monte de gente. Acho que fiquei até famoso na cidade, no dia. “O doido caçando um lugar pra dormir”, rsrs.

Fui no camping da Cristina. Vi o quarto que tinha lá e não curti muito. Levei Lais lá e ela também não curtiu. Nós não queríamos ficar em camping, então fui rodando mais e mais… Até que achei a Pousada do Pedro. Foi a salvação da noite! Lugar ótimo! Ar condicionado, tudo limpinho, banho quentinho, camas confortáveis, wi-fi rápido. Pra quem achava que teria que acampar forçadamente, isso foi tudo! E o melhor: valor muito acessível!!! Ficamos lá sem pensar duas vezes. Os valores que pagamos em absolutamente tudo, você encontra nas primeiras páginas desta aventura, aqui.

Peguei Lais de volta na casa e me desculpei com o Sr Juca por não ficar. Ele foi MUITO GENTIL e gente boa: não cobrou nada da gente. Confesso que se eu estivesse sozinho, tinha dormido lá mesmo com as baratas e tudo, hahaha. Ou então ficaria no camping, que é no quintal da casa dele.

Graças a Deus achei um lugar que com certeza agradaria Lais já que tudo que ela queria é que o lugar fosse bem limpinho. Chegamos no quarto, tomamos nosso banho e despencamos na cama … Com um arzinho condicionado. Bom demais, hehe.

Renovar as forças porque o dia seguinte porque seria o nosso último dia de caminhada e era bastante coisa para andar: ir de Bananal até Abraão.



Índice da aventura

Planejamentos e gastos
13/12/2020 – Abraão x Palmas
14/12/2020 – Palmas x Caxadaço
15/12/2020 – Caxadaço x Parnaioca
16/12/2020 – Dia de descanso em Parnaioca
17/12/2020 – Parnaioca x Aventureiro
18/12/2020 – Aventureiro x Araçatiba
19/12/2020 – Araçatiba x Bananal
20/12/2020 – Bananal x Abraão

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