O planejamento de uma viagem de 23 dias pela Bolívia, cruzando o maior deserto de sal do mundo e terminando a viagem no deserto do Atacama, no Chile. Com certeza um dos destinos mais incríveis da América Latina.
Se quiser ver o índice desta aventura, só clicar aqui.
Uma “pequena” introdução

Conhecer o Deserto do Unyni e o deserto do Atacama sempre foi um grande sonho meu. Creio que é um dos lugares mais desejados pelo turismo na América Latina.
Quando comecei a fazer trilhas, chegou um dia em que tive que reparar as varetas da minha barraca. Procurando por vídeos no youtube que me ajudasse a fazer isso, acabei achando um em que tinha uma música do Almir Sater no fundo. Achei a música muito bonita e comecei a pesquisar mais sobre o trabalho deste artista. O nome da música me questão se chamava Corumbá, que mais tarde vim a descobrir que também é o nome de uma cidade no Mato Grosso do Sul.
Conhecendo mais o trabalho de Almir Sater, vi que ele tinha algumas músicas que falavam da vida na estrada, de mochileiros e, uma delas, mencionava também a cidade de Santa Cruz de la Sierra. Ou seja, ja despertou o interesse em conhecer Corumbá e Santa Cruz de La Sierra que são bem próximas geograficamente. Soma-se isso a minha vontade de conhecer a Bolívia e seu famoso deserto de sal, então dai surgiu a ideia de fazer um mochilão por este país. Era um destino sonhado por mim há muito tempo e finalmente iria realizar esse sonho.
Planejamento inicial
Desde que fiz a viagem para Bonito, sabia que eu tinha que voltar ao Mato Grosso do Sul para conhecer a cidade de Corumbá. Ela fica bem na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A minha ideia então era pegar um avião até Corumbá, conhecer o museu do pantanal e então cruzar a fronteira a pé indo pra Bolívia. Já no país novo, pegar o “trem da morte” de Puerto Quijaro e ir até Santa Cruz de la Sierra. Dali, ir pegando ônibus pra conhecer o restante do país.
Um outro sonho muito antigo que eu tinha era conhecer a Isla del Sol. Sonhava há anos em pisar naquele lugar e ir andando de norte ao sul da ilha. Mas chegou a ficar fechada para o turismo durante alguns anos e isso só adiava a minha viagem pela Bolívia. Porém, quando soube que abriram mais uma vez, já comecei a planejar de verdade esta viagem. Agora é arrumar o mochilão e partir pra estrada.
A viagem Los Desiertos
A ideia seria sair de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, cruzar a fronteira da Bolívia, chegando em Puerto Quijarro. Já dentro da Bolívia, a ideia era seguir para Santa Cruz de la Sierra, Cochabamba, Torotoro, La Paz, Isla del Sol, Sucre, Potosí e, para finalizar, mas não menos importante, descer até a cidade de Uyuni para cruzar o maior deserto de sal do mundo: o deserto de Uyuni. Atravessando este, a viagem terminaria no deserto do Atacama em San Pedro de Atacama, já no Chile. Como o projeto desta viagem surgiu do sonho de conhecer os desertos do Uyuni e do Atacama, chamei este projeto de “Los Desiertos”
Planejamento do Mochilão Los Desiertos
Geograficamente, a viagem meio que ficou neste mapa abaixo:
O roteiro foi baseando em uma pequena lista de coisas que queria conhecer. A lista foi:
- Salar de Uyuni
- Trem da Morte
- Santa Cruz de La Sierra
- La Paz
- Downhill na estrada da morte
- Isla Del Sol
- Sucre e Potosi
Essas são os lugares que eu me obrivaga a passar. Acabou que o esquema do roteiro de verdade pode ser visto aqui.
Passagens aéreas
Em primeiro lugar, comprei as passagens no Passagens Promo. Consegui um desconto com ele. Saiu bem baratinho e ainda consegui parcelar em algumas vezes. Nem sempre o site funciona, mas deu certo. Comprei ida para a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e a volta, n dias depois do Deserto do Atacama, no Chile, voltando para o Rio de Janeiro. Um pouco arriscado já que eu tinha que estar no Atacama tal dia e tal hora pra poder pegar o avião de volta.
Quando estava fazendo o planejamento, vi que o deslocamento de La Paz até Sucre, levaria quase o dia todo de ônibus. Fui ver a possibilidade de fazer de avião e a empresa “low cost” da Bolívia, a Boa Aviacion, estava com um preço bem baratinho e levaria apenas uma hora e pouca de viagem. Resolvi arriscar/engessar o meu planejamento comprando mais este deslocamento, antes mesmo de começar a viagem. Tem que confiar bastante no planejamento e torcer que nada dê errado, hahaha.
Passagens de Ônibus
Ao contrário do que aconteceu no mochilão para o Peru, onde eu conseguia ver as passagens de ônibus com antecedência, na Bolívia essa questão não foi muito fácil. Lá existem diversas empresas de ônibus mas muito poucas dão importância à venda digital. Então não tinha muito jeito: era ir até a rodoviária presencialmente e comprar lá na hora, se tiver passagem disponível.
Não tive problemas em conseguir passagens de ônibus. Uma coisa que achei bem legal na Bolívia de uma forma geral, é que viajar de ônibus por lá é MUITO barato. Geralmente são õnibus bons e baratos.
Uma dica: Se o ônibus tem dois andares, e pretende dormir no deslocamento, procure ir no primeiro andar. Assim você sente menos o balanço da estrada e consegue dormir um pouco melhor.
Hospedagens
Com o “como chegar” definido, ainda assim era hora de estabelecer o “onde ficar”. Usamos sempre o Booking para ver as opções de pernoite. Coloquei uma tabela com os lugares que ficamos destacando os pontos positivos e os negativos.
Local | Estabelecimento | Pontos positivos | Pontos Negativos |
Santa Cruz de La Seirra | Nomad Hostel | Fiquei só algumas horas, mas a localização é ótima, banho ótimo, e cama confortável | Fiquei só algumas horas e não vi pontos negativos |
Cochabamba | Residencial Moroni | cama confortável, banho quente bom, café da manhã maravilhoso, wi-fi bom, limpo, silencioso, seguro, ótimo anfritião | Sem pontos negativos |
Toro Toro | Hostal Claure | cama confortável, banho quente muito bom, limpo, silencioso, wi-fi bom, vista bonita, localização, bom custo x benefício | Poderia ter um bebedouro e o café da manhã poderia ser um pouco melhor, mas nada demais. |
La Paz | Skyline | cama confortável, limpo, banho quente bom, wi-fi bom, localização no centro, café da manhã bom, bom custo x benefício | Poderia ter um bebedouro. Fora isso, sem pontos negativos |
Copacabana | Hostal La Casa Del Sol | camas confortáveis com bons cobertores; café da manhã bom; banho quente maravilhoso; wi-fi bom; bom custo x benefício | Localização é uma subida/descida, mas nada demais |
Isla Del Sol | Wara Uta Lodge | camas confortáveis com bons cobertores, limpo, banho quente bom, boa localização, bom custo x benefício | Poderia ter um bebedouro e tem wi-fi razoável, mas nada demais |
Sucre | La Negrita Host | cama confortável, banho quente razoável, wi-fi bom, limpo, silencioso, café da manhã bom, bom custo x benefício | Poderia ter um bebedouro para os hospedes |
Potosí | Tuko’s La Casa Real | cama confortável, banho quente razoável, wi-fi bom, limpo, silencioso, café da manhã bom, tem calefação, bom custo x benefício | Poderia ter um bebedouro para os hospedes |
Uyuni | Piedra Blanca Hostel | cama confortável, banho quente razoável, wi-fi bom, limpo, silencioso, café da manhã bom, bom custo x benefício | Localização não é das melhores, mas nada demais |
San Pedro de Atacama (Chile) | Possada Atacameña | cama confortável, cozinha completa se quiser cozinhar, bebedouro, wi-fi bom, vista boa, limpo, banho quente bom | Localização não é a das melhores mas é perto de restaurantes baratos. Um pouco de barulho da rua, mas nada que atrapalhe/incomode. Poderia ser um pouco mais barato |
Alimentação
A ideia era comer em restaurantes e assim aproveitar para conhecer um pouco da culinária local. Porém, teve dias que fiz comida (janta) no próprio hostel. Na verdade não foi bem comida, foi miojo e ovo cozido com alguma outra coisa pra complementar, hahaha. Essa é a importância de, quando for escolher um hostel, procure um que tenha cozinha completa.
Algumas comidas típicas que provei e talvez seja interessante você conhecer também:
- Salteñas (tipo umas empanadas, muito comum nas rodoviárias e lanchonetes)
- Pique Macho (um prato com carne vermelha muito bom)
- Singani (bebida com uvas e é muito bom)
Existem outros pratos que são típicos da Bolívia, mas estes acima, tem que conhecer!
Deserto de Uyuni
Creio que o maior atrativo turístico da Bolívia seja o maior deserto de sal do mundo. Conhecer esse lugar é um experiência incrível. Fiz uma página falando exclusivamente deste lugar espetacular.
Deserto do Atacama
Tirando a Patagônia, creio que o Deserto do Atacama é uma dos maiores destinos turísticos do Chile. Também fiz uma página falando exclusivamente deste lugar espetacular. Vale a pena conhecer.
Gastos totais
Como o mochilão pela Bolívia acabava no deserto do Atacama no Chile, resolvi seprar os gastos. Clicando aqui você consegue ver todos os gastos, em Bolivianos, que tive durante o mochilão pela Bolívia. Assim que cheguei no Atacama, no Chile, ai já com outra moeda e outro custo de vida (bem mais alto), os gastos com Pesos Chilenos podem ser visto clicando aqui.
Relatos de viagem
Esse foi a pré-viagem com o planejamento para o mochilão pela Bolívia e um pouquinho do Chile. Agora, vamos aos relatos de verdade. Segue abaixo:
Índice da aventura
- Planejamento da viagem “Los Desiertos”
- 20/02/2023 – Corumbá (MS/BRA) e Puerto Quijaro (BOL)
- 21/02/2023 – Santa Cruz de la Sierra
- 22/02/2023 – Cochabamba
- 23/02/2023 – Torotoro
- 24/02/2023 – Deslocamento de Torotoro x Cochabamba x La Paz
- 25/02/2023 – La Paz
- 26/02/2023 – La Paz – Estrada da Morte
- 27/02/2023 – La Paz – Chacaltaya e Valle de la Luna
- 28/02/2023 – Copacabana
- 01/03/2023 – Isla del Sol
- 02/03/2023 – Deslocamento da Isla del sol x Copacabana x La Paz x Sucre
- 03/03/2023 – Sucre
- 04/03/2023 – Deslocamento de Sucre x Potosí
- 05/03/2023 – Potosí
- 06/03/2023 – Deslocamento de Potosí x Uyuni
- 07/03/2023 – Salar de Uyuni – Dia 1
- 08/03/2023 – Salar de Uyuni – Dia 2
- 09/03/2023 – Salar de Uyuni – Dia 3 – Chegada no Deserto do Atacama (CHL) e um Passeio por San Pedro do Atacama
- 10/03/2023 – Deserto do Atacama – Valle de la Luna
- 11/03/2023 – Deserto do Atacama – Pukara de Quitor e Catarpe
- 12/03/2023 – Deserto do Atacama – Piedras Rojas e Lagunas Altiplanicas
- 13/03/2023 – Deserto do Atacama – Ruta dos Salares
- 14/03/2023 – Volta pra casa