Descobrimento – Porto Seguro e Cabrália

Nono e décimo dia de uma viagem de dez dias chegando na cidade histórica de Porto Seguro, Cabrália e a costa do descobrimento na Bahia.

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Agora vamos aos relatos deste dia.


Como havia terminado o trekking do descobrimento no dia anterior, hoje era só descanso. Coisas leves. Tinha mais dois dias em Porto Seguro, então iria passear de bobeira.

Dia 18/08/21 – Porto Seguro e o museu Epopeia do Descobrimento

Acordei com o barulho da chuva. Ela perdurou por quase toda manhã. Foi engraçado, quando cheguei em Porto Seguro no primeiro dia da viagem estava acabando uma sequencia de dias de chuva. Fui para cumuruxatiba e a chuva parou. Assim comecei a fazer o trekking o tempo abriu. Quando acabei, voltou a chover. Foi a natureza me ajudando? Talvez.

Levantei e fui tomar meu café da manhã na pousada Vale Verde.

Café da manhã muito bom. Sentei perto de uma janela para poder tomar meu café e olhar a chuva. Voltei para o quarto e fiquei descansando mais um pouco, ficando na internet de bobeira e escrevendo meus relatos de viagem como este aqui.

Deu a hora do almoço e fui comer um prato executivo no restaurante “Vovó Bela”. Não é caro e vem bastante comida. O ruim é que cobram 10% por fora para o garçom. Mas tudo bem, eu entendo.

Voltei para o quarto da pousada, escovei os dentes e peguei o tripé. Hoje eu iria andando até o museu epopeia do descobrimento.

Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficam por casar,
Para que fosse nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena

Fernando Pessoa

Fui andando da pousada até o museu pela orla da praia e pegando um pedacinho da estrada. No caminho vi que tinha um pequeno shopping e estava em cartaz o filme “esquadrão suicida 2”. Cheguei a pensar na possibilidade de ir lá ver, mas a preguiça não deixou.

Chegando no museu, paguei a entrada com o custo de R$ 30 e segui a pequena guia adolescente. Ela foi me contanto as histórias dos portugueses, da coroa, dos índios, de Cabral,da família de Cabral, etc. Vale MUITO a pena ir até lá. Muito interessante. Além de ter uma Nau bem ali para você entrar e tirar foto.

Creio que seja a nau que encalhou no aniversário de 500 anos de descobrimento do Brasil. Os engenheiros atuais tomaram uma surra dos portugueses há 500 anos, já que os navios deles não encalhavam no Brasil. É né… Engenheiros…

OBS: Não há bebedouro no museu. Leve sua água. Têm banheiros.

DICA: Caso tenha interesse em ir em Santa Cruz de Cabrália e/ou na praia de Coroa Vermelha, que é onde foi rezado a primeira missa do Brasil pelo Frade Coimbra, ali em frente ao museu tem um ponto de ônibus em que passam ônibus direto pra lá. Como eu tinha planejado ir para Cabrália só no dia seguinte, voltei para o hotel.

Chegando na pousada, fiquei na internet vendo seriado e contemplando a chuva. Fiquei vendo o seriado “Titans”, que começa ruim e vai melhorando com o tempo. Geralmente é o contrário né?

Enfim, fiquei de bobeira já que no dia seguinte iria até Cabrália, na praia da coroa vermelha.

Dia 19/08/21 – Praia Coroa Vermelha em Santa Cruz de Cabrália

Acordei e fui logo tomar o café da manhã da pousada. Ainda continuava a chover, mas bem poquinho. De barrigão cheio, voltei para o quarto e comecei a me arrumar. O objetivo de hoje era fazer um bate-e-volta até a cidade de Santa Cruz de Cabrália.

A cidade recebe este nome justamente por homenagem ao Brasil, que se chamava “Terra de Santa Cruz” e a Pedro Alvares Cabral, dai o nome de Cabrália.

Perguntei ali na recepção da pousada onde poderia pegar o ônibus e era praticamente do lado. Poucos metros à esquerda da pousada. Fui para o ponto e esperei.

Depois de uns 30 minutos o ônibus chegou. Bem bonito. Ar condicionado e tudo. Ao pagar a passagem o motorista te da um cartãozinho que você passa pela roleta dentro do ônibus. Já na hora de descer, você deposita o mesmo cartão e libera a catraca para poder descer nos fundos do ônibus.

Enquanto estava na estrada, dentro do ônibus, fui olhando a paisagem e olhando no meu celular para ter uma ideia de onde eu teria que descer. Queria descer na praia de coroa vermelha, que é onde foi rezada a primeira missa no Brasil e onde há um monumento em homenagem a isto.

Chegando na praia, desci do ônibus e comecei a caminhar pela areia. O tempo não estava muito legal. Um pouco fechado.

Fui andando até o final da praia. O finalzinho dela, como estava na maré baixa, tinha um banco de areia que me lembrou a ponta de Corumbau, e talvez até por isso ali seja mais um dos possíveis locais onde Cabral poderia ter descido com seus barcos.

Como tinha esse “caminho de moises” ali em Cabrália, fui andando até a ponta em si. Ali tinha um cachorro pescando, hehe.

Com muitos recifes pelo caminho e água não tão limpinha quanto, achei a ponta do Corumbau mais bonita. O tempo estava melhor lá em Corumbau também.

Sai da praia e fui andando até a cruz onde foi realizada primeira missa no Brasil.

Nas comemorações dos 500 anos de descobrimento, a cruz original foi levada para um museu em Portugal e foi deixada esta com uma melhor estrutura e homenagens.

Em frente a cruz tem um corredor com vários artesanatos. Fui andando por ali e comprei o meu chapéu de Porto Seguro, como está na foto acima. Ainda neste corredor, fui andando e vendo se tinha mais alguma coisa que me agradasse a ponto de eu querer levar pra casa uma lembrancinha. Não achei nada realmente cativante. Estava pensando em levar um barquinho, mas isso tem em qualquer cidade de praia e é tudo igual.

Fui andando até e achei um centro de comércio indígena pataxó. Entrei

Praticamente tudo que tinha la fora, tinha ali dentro também. Parecia os mesmos produtos com uma coisa ou outra a mais. Acabei não levando nada. Nada realmente me cativou.

Voltei o corredor todo até chegar de volta ali na cruz. Tinha um lugar bem em frete a cruz vendendo um pastel  e refri baratinho. Fui ali “almoçar” um pastel de frango e um de carne.

De barrigão cheio, era hora de voltar pra casa. Fui andando sentido a praia e chegando nela, já vi que o tempo tinha aberto um pouco mais (já era meio dia e pouco) e a maré já tinha mudado totalmente. O banco de areia que me lembrou a ponta de Corumbau já estava totalmente debaixo d’água e a faixa de areia estava um pouco menor.

Fui andando todo o caminho pela praia e voltei até o ponto de ônibus.

O ônibus chegou e desci praticamente já é frente a Pousada. Cheguei no quarto, tomei meu banho e fui descansar com a sensação que conheci absolutamente tudo que eu tinha planejado e fiquei extremamente feliz por tudo ter dado tão certo nessa minha primeira viagem sozinho.

Dormi feliz.

Dia 20/08/21 – A volta pra casa

Acordei e fui tomar meu último café da manha na pousada e em Porto Seguro. Como sempre, muito bom. Já de barrigão cheio, voltei para o quarto e comecei a arrumar minhas coisas.

Checkout era por volta de 11h, então tomei meu banho, peguei meu mochilão, fiz o checkout e parti para o restaurante vovó linda para passar o tempo e almoçar.

Fiquei um bom tempinho ali de bobeira até que deu a hora do almoço.

Como era meu último dia, queria comer um docinho. Fui numa doceria, a “Bolos da Milena”, que eu já tinha visto e tinha uma cara muita boa. Fui lá e provei uma torta de limão. Estava boa, mas tudo ali é BASTANTE caro. Não achei a qualidade tão boa que justificasse o preço não, mas tudo bem.

Desejo satisfeito, pedi meu uber e parti para o aeroporto. De Porto Seguro voei para Guarulho, e de lá, até o Rio de Janeiro.

Chegando no rio umas 23h, peguei outro uber até a rodoviária e lá já não tinha nenhum ônibus até a região dos lagos. Tive que esperar na rodoviária até umas 5 da manha. Brabo… mas, depois de sofrer um cadinho esperando ônibus, finalmente cheguei em casa.

Várias histórias e boas lembranças para recordar desta minha primeira viagem (e travessia) sozinho. Confesso que adorei a experiência. Dizem que é tão bom, que é um caminho sem volta. Que vai sempre preferir viajar sozinho. Ainda não consegui dizer se vou sempre preferir assim… mas não posso negar que adorei cada segundo.

Feliz e já pensando na próxima aventura.

Eu ouvi Jalapão com a patroa? Hehe. Fiquem ligados.

Até a próxima!

🙂


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