Dia 2 do trekking, saindo de Corumbau e indo até Caraíva. A travessia a pé por toda a costa do descobrimento, na Bahia.
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Vamos aos relatos deste dia.
Acordei e como ainda estava bem cedo, fui até a praia para ver o nascer do sol. Como tinha bastante nuvem, acabou que não ficou tão bonito assim.
Voltei para o camping e fui tomar meu café. Ali sim, um pouco mais descansado do dia anterior, pude conversar um pouco melhor com o pessoal. Depois de bater um papo conversando com o casal Kainan e Julia, fui arrumar minhas coisas. Depois de barraca desmontada e praticamente tudo pronto, fui conversar com Simone e Helena e o pessoal que estava com elas.
Peguei o Contato da Helena, já que só ela que tinha o contato dos verdadeiros donos do camping, – Eles tinham saído uns dias antes porque iam ter o terceiro filho.
Me despedi de todo mundo, peguei minha mochila e comecei a caminhar por volta das 9h. O caminho pode ser visto aqui.
No início a areia é um pouco inclinada, conforme vai andando por toda praia de Corumbau, no final, já da uma melhorada. Conforme eu ia avançando o tempo ia abrindo e melhorando. O sol começando a castigar, mas sem força.
Ao chegar na Ponta do Corumbau eu fiquei de boca aberta. O lugar é MUITO bonito.
Ponta de Corumbau
Tinha uma pequena família ali perto então perguntei se poderia deixar a minha mochila ali perto deles enquanto eu ia na ponta. Eles ficaram olhando eu fui só com a celular e o tripé. O lugar é magnífico. Conforme vai avançando na ponta a água vai subindo aos poucos e fica lindo, maravilhoso, tudo de bom. Não consigo nem explicar. Me lembrou o “caminho de Moisés” lá em Maragogi (AL)– que eu nunca fui, mas que conheço só em ver pela internet. Só que mais bonito e vazio.
Depois de tirar milhares de fotos, voltei para a minha mochila. Ao chegar nela só o pai da família estava na areia. Todo o resto dentro d’água. Fiquei conversando um pouco com ele. Disse que era de Vitória (ES), estava de férias e adoraria estar ali com uma vara e um caique para pescar… mas como estava com família, isso não cabia muito. Tinha que curtir a família. Ta certo. Ele ficou sabendo no dia anterior que seria papai de novo, hehe. Dei os parabéns. Desejei felicidades e me despedi. O meu caminho me esperava.
Depois de sair da ponta de Corumbau, já se vê um farolete do lado esquerdo e minutos depois se da de cara com o rio Corumbau. Ele estava bem cheio e, graças a Deus, tem um barquinho fixo ali. Chamei o indígena que navega o barquinho, atravessamos e se paga do outro lado do rio.
Custo de R$ 5 para atravessar. Dali voltei a caminhar pela praia. Tinha lido relatos anteriores que esse caminho era bem inclinado e com areia fofa. De cara, não foi assim não. Mas, uns 15 minutos de caminhada após o rio Corumbau, já deu para perceber que os relatos diziam. Fica inclinado sim. E com areia fofa.
Nesta parte, tem uma estrada paralela a praia. É o caminho que os buggys fazem para levar os turistas até Caraíva
Enquanto eu ia caminhando pela praia, já sabia que em algum momento eu iria subir e caminhar pela estradinha. Fica mais fácil e é possível ver o mar. Conforme eu ia andando, vários motoristas de buggys (que estavam sozinhos, sem clientes) ofereciam carona até um determinado ponto. Eu, como sou troxa (hehehe), recusei. Estava ali para andar. Então, vamo andar. Acho que o caminho do Rio Corumbau, até Caraíva, eu recusei umas 7 caronas no total, juntando buggys e motos. Pessoal lá é muito gente boa. Era carona sem custos.
Fui andando até que cheguei no ponto de controle (dos buggys). A partir dali estaria entrando na reserva indígena pataxó barra grande. Conversei com o rapaz que estava ali no posto sobre as atividades econômicas da região, sobre pandemia, etc. Me despedi e adentrei a área indígena.
Achei ia ver um monte de oca, ou as índias de peitinho de fora. Hahaha. Nada disso. Índio também gosta de conforto! Casinhas tudo em alvenaria e pouca gente na rua. Maioria dentro de suas casas, cuidando das suas plantações ou animais.
Ali não entram buggys (são mais para os turistas), mas passam muitas motos. Dava para ver na fisionomia deles a descendência indígena. Muito legal isso. Também tive que recusar algumas coronas de moto. Hehe. Muito adolescente dirigindo também.
Foi legal passar por ali e ter essa experiência… Mas andar a pé em estrada é chato. Estava doido para voltar para a praia.
Depois de andar um pouquinho, passar por uma parte com areia fofa, estava de volta à praia. Fui andando até que achei um quiosque, que estava fechado, mas o lugar era muito bonitinho. Parei ali para descansar e tirar algumas fotos.
Descansado, voltei a caminhar. Já estava praticamente em Caraíva. É bem movimentadinho ali.
Cheguei no camping da Laila e não tinha ninguém. Nem quis saber: já tinha avisado que iria prali hoje, então já fui montando a barraca e fazendo as coisas. Depois de uns minutos ela apareceu. Uma Senhora bem simpática.
Gostei do camping. Banho quente, wifi, vivo pega de vez em quando, rede elétrica, cozinha completa. Só faltou um galão com água potável para beber. Custo de R$ 40. Tive que comprar água na vendinha por 6 reais uma garrafa de 1,5L. Em Caraíva, a água encanada não é boa para beber, então nem adianta colocar filtro.
Troquei de roupa e já fui bater perna para conhecer Caraíva.
Lugar muito bonitinho. Todo em areia de praia. Fui direto para um dos cartões postais da Vila para tira uma fotinha. Acabei comprando o meu imã de geladeira para simbolizar essa viagem ali mesmo, dentro da loja. Ali já da para ter uma noção de como são os preços das coisas: um imã de geladeira custou R$ 12. Comprei mesmo assim. Paguei por pix.
Fui andando pela ruas de areia – que minha tia já tinha me avisado para não andar descalço por lá para não pegar bicho de pé – até que cheguei no beco da lua e a rua principal perto do rio Caraíva. Ali vi que tinha um restaurante, o “Beira Rio Caraíva”, que ainda estava vendendo comida. Bati um pratão de comida muito boa.
R$ 28 o almoço e + 1 refrigerante guaraná antártica. De barrigão cheio fui caminhando pelo lugar até que cheguei no “eu amo caraíva”.
Dali, cheguei de volta ao camping, guardei o tripé e fui em direção a praia. Minha ideia era dar um mergulho, mas o sol já tinha baixado bastante (já era quase umas 17h) e tinha um ventinho gelado ali na praia. Molhei só os pés e fiquei feliz só com isso. Hehe.
Voltei pro camping, tomei meu banho e, como estava de bucho cheio, nem quis jantar. Ao mudar de roupa dentro da barraca percebi que tinha roupa minha faltando. Pensei:
– Se minha roupa não está aqui, só pode estar lá no camping odoya lá em Corumbau. Será que eu esqueci lá?
Mandei mensagem para a Helena e ela me mandou a foto com as roupas que eu esqueci. Hahaha. Já era!
Ela até se ofereceu a levar, mas ai eu teria que pagar o barquinho para ela atravessar o rio Corumbau. Não só dela como de quem estivesse acompanhando ela. Até ai tudo bem, mas só chegaria de tarde e eu perderia mais um dia, só esperando elas e ainda ter que pagar mais um pernoite no camping sem fazer nada. Ia sair muito caro, e como só tinha roupa uma pouco velha – só uma camisa e um short que vou sentir falta -, então tudo bem.
Descansei um pouco e voltei para rua para comprar uma água, conhecer caraíva a noite e, quem sabe, comprar uma camisa pro ali.
Parei numa lojinha e fiquei experimentando umas camisas. Gostei uma que parecia ser super vagabunda, fininha, regata e que iria estragar na quarta lavagem na máquina. Fui ver quanto era: 129 reais!!!
– O que?
– 129 reais.
– Vou levar não. Muito caro. Preço de uma calça jeans.
– É… as coisas aqui em Caraíva são um pouco caras mesmo.
Nem fu***** que eu iria gastar 129 reais numa camisa vagabunda, só porque estava escrito “caraíva” nela. A minha sorte que eu ainda tinha uma camisa azul, minha camisa de manga langa de trilha com fator uv, e o meu casaco. Solução era ir lavando quando ficasse muito suja. Foi o que fiz.
Andei pela a vila a noite, que é bem bonitinha e romântica (as mulheres andam todas arrumadas como se fossem para balada, mas de havainas); comprei minha água de 1,5L e voltei para o camping. Já dentro do camping apareceu um rapaz, montando a barraca. Veio conversar comigo.
Falou que estava viajando com a namorada e com a sogra. Eitaaa! Perfeito para viagem dar treta. Acabaram tendo alguma desavença e ele foi para o camping primeiro. A menina e a sogra chegariam no dia seguinte. Enquanto isso, me pediu o carregado de celular emprestado para mandar mensagem para ela. Emprestei o meu. Nisso falei que eu estava caminhando sozinho desde Cumuruxatiba e o meu plano era ir até Porto Seguro. Ele ficou abismado e falou:
– Você tem o piscicológico muito forte para conseguir fazer isso sozinho.
Eu ri, depois fui fazer 2 ovos cozidos como janta e fui deitar. Amanhã seria um dia mais tranquilo: conhecer e dormir na praia do Espelho.
Índice da aventura
- Planejamentos e gastos
- 10/08/2021 – Chegando em Porto Seguro
- 11/08/2021 – Indo até Cumuruxatiba
- 12/08/2021 – Cumuruxatiba x Corumbau
- 13/08/2021 – Corumbau x Caraíva
- 14/08/2021 – Caraíva x Praia do espelho em Curuípe
- 15/08/2021 – Curuípe x Trancoso
- 16/08/2021 – Trancoso x Arraial d’Ajuda
- 17/08/2021 – Arraial d’ajuda x Porto Seguro
- 18 e 19/08/2021 – Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro